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Quando ocorreu o incêndio e o desabamento das Torres Gêmeas do World Trade Center de Nova York, decorrentes do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, uma das grandes preocupações das autoridades sanitárias dos Estados Unidos foi o cádmio.
Da purificação do zinco resultava cádmio como resíduo, cujas borras eram simplesmente deixadas no solo ou despejadas em riachos. Naquela época, infelizmente, tornou-se chique o uso de canecas de luxo submetidas a banhos de cádmio por causa do efeito brilhante decorrente, além da beleza da cor - o branco azulado desse metal. Sucede que uma bebida cítrica (limonada, por exemplo) removia o cádmio das paredes das canecas. As pessoas que bebiam dessas canecas adoeciam de forma tão grave que esses recipientes deixaram de ser produzidos.
Desde 1912, os habitantes de Kamioka tornaram-se vítimas de terríveis doenças por causa do consumo de água e arroz contaminados por cádmio. Dores nas juntas, nos ossos e falência dos rins eram os principais sintomas. Os ossos amoleciam de tal maneira que quebravam facilmente, provocando dores alucinantes aos portadores, que gritavam: "itai-itai" (dói-dói). Conta-se que um médico quebrou o pulso de uma jovem durante uma simples verificação de batimentos cardíacos. A agonia daquela gente perdurou até um bom tempo depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
Em 1961, Hagino denunciou os malefícios causados pelo cádmio. A Mitsui Mineração e Fundição, então proprietária das minas de Kamioka, fez intensa campanha para desacreditá-lo. Em 1972, a mineradora começou a indenizar 178 sobreviventes - que em conjunto passaram a receber cerca de 2,3 bilhões de ienes por ano. 

Cadmío o grande vilão de Kamioka 

Não é por acaso que, em 1985, cineastas japoneses, no filme "A volta de Godzilla", utilizaram mísseis supostamente feitos daquele metal para destruir o monstro.

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