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Hoje em dia, a destilação, processo baseado nas diferenças entre o pontos de ebulição das substâncias, é adequadamente explicada pela idéia de que a matéria é formada por partículas que se movimentam e interagem. O fracionamento do petróleo, a obtenção de álcoois e a extração de essências são apenas alguns exemplos de processos em que a destilação é empregada na indústria.

Entretanto, nem sempre a destilação foi considerada uma operação tão trivial. Desde suas origens e durante um longo período,a destilação estaria ligada à preparação de poderosas ‘águas’ e à obtenção da ‘pedra filosofal’, do maravilhoso ‘elixir’ que promoveria a cura de todas as doenças dos metais e dos homens.

Pode-se considerar que a destilação foi um dos desenvolvimentos promovidos pelos alquimistas alexandrinos nas técnicas de se operar sobre a matéria.

A destilação era uma operação alquímica, relacionada portanto a um corpo conceitual originário de hibridizações entre idéias mágicas, religiosas e filosóficas, associadas aos conhecimentos envolvidos nas práticas artesanais egípcias.

A idéia da destilação como processo que permite extrair as ‘virtudes’ dos materiais aparentemente continua a vigorar ainda hoje, quando se fala, por exemplo, em ‘extrair essências’. Mas essa expressão pode ser considerada apenas um vestígio, uma remota lembrança que ficou dos ‘espíritos’, ‘virtudes’ ou ‘quintessências’ que faziam parte das concepções alquímicas/químicas elaboradas no passado. Há ainda outros termos de uso corrente que também trazem em si reminiscências de concepções hoje abandonadas.

Um exemplo é a palavra inglesa whisky, derivada de usquebaugh, que significa literalmente ‘água da vida’, ou seja, aqua vitae.

A arte da destilação

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