A idéia da mumificação “surge” justamente como alternativa para quebrar este impiedoso processo de decomposição do corpo. Isto significava, em suma, eliminar as enzimas, uma vez que toda a enzima, bioquimicamente falando, trata-se de proteína que possui função catalisadora em nosso metabolismo e que se localiza dentro das células, todavia, após a morte, ela passa de heroína a vilã, sendo uma grande responsável pelo primeiro estágio da decomposição do corpo.
A primeira é privar as enzimas de água. A segunda é destruir o exato ambiente químico de que necessitam. Ao longo da história várias civilizações procuraram utilizar substâncias que promovessem uma conservação do corpo.
Os egípcios empacotavam o natrão dentro do corpo da múmia em pequenas bolsas, além de esparramarem sobre o corpo, sendo este minério um eficiente composto na absorção de água do cadáver. Depois de quarenta dias, o mesmo estava encolhido e duro. Para restabelecer a aparência em vida, os egípcios enchiam o corpo com uma gama de materiais. Antes de envolver o corpo em linho, eles o lavavam, massageavam – no com uma variedade de bálsamos, como de cedro e cominho, e cobriam-no com agentes de embalsamento orgânico, resina ou cera de abelha para excluir alguma umidade que ainda restasse.
Em 1908, Alfred Lucas, um químico analisou pequenas amostras de natrão com o teste da chama e titulando-as com ácidos, observou que aquele natrão era uma mistura de vários sais de sódio, tais como cloreto de sódio (NaCl), carbonato de sódio (Na2CO3), bicarbonato de sódio ( NaHCO3) e sulfato de sódio (Na2SO4).
A Química da mumificação
A química define higroscopia como a capacidade de uma espécie em absorver água (seja ela de qualquer forma). Entretanto, usualmente são consideradas higroscópicas apenas as substância cuja absorção de água (especialmente do meio ambiente, no ar) é elevada.