Desde 1901, apenas três mulheres – Marie Curie, sua filha Irène Joliot-Curie e Dorothy Hodgkin – receberam o diploma, a medalha e o prêmio em dinheiro, além do prestígio, é claro, que acompanha esse prêmio.
Além de terem recebido o prêmio Nobel, outros dois pontos em comum podem ser apontados na vida dessas mulheres: todas demonstraram precocemente interesse pela ciência, tendo
crescido num ambiente intelectual bastante estimulante, em função das atividades exercidas por seus pais e amigos de família, o que demonstra a influência marcante do meio no despertar das vocações. Além disso, tiveram notável participação política nas questões sociais mais importantes de sua época
As mulheres e prêmio Nobel
Irène Joliot-Curie
Recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1935, “em reconhecimento por sua síntese de novos elementos radioativos”, feita ao bombardear alumínio com partículas alfa. Após a remoção da fonte das partículas, observou que o alumínio, depois de expelir nêutrons, continuava a emitir radiações, as quais foram atribuídas a um isótopo radioativo de fósforo (isótopo até então desconhecido), não encontrado na natureza. “O primeiro núcleo atômico criado pelo homem”, como diria Fréderic Joliot.
Dorothy Hodgkin
Dorothy Mary Crowfoot Hodgkin (nascida Crowfoot) nasceu no Cairo, Egito, filha de pais ingleses: John Winter Crawfoot, inspetor do Ministério da Educação, que se destacou como arqueólogo, e Grace Mary Hood Crowfoot, destacada botânica, também especialista em tecidos antigos.
Dorothy recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1964, por seus trabalhos na determinação estrutural de várias moléculas biológicas, entre estas a vitamina B12 e a penicilina, tendo também determinado a estrutura da insulina (Jeffery, 1964). Envolveu-se ativamente em campanhas pela paz e pelo desarmamento, tendo sido presidente da Conferência Pugwash sobre ciência e assuntos mundiais, nos anos 70. Faleceu em 1994.
Marie Curie
Marie recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1903, juntamente com seu marido Pierre e Henry Becquerel, por suas pesquisas em radioatividade (neologismo introduzido pela própria Marie). Marie e Pierre isolaram o rádio e o polônio em 1898, com este último recebendo seu nome em homenagem à pátria natal da cientista. O Prêmio Nobel de Química de 1911 lhe foi conferido “pelos serviços prestados ao avanço da Química pela descoberta dos elementos rádio e polônio”. Marie foi a primeira mulher a se tornar professora na Sorbonne, e também a primeira cientista a receber dois prêmios Nobel.